registro fotográfico
Nota de repúdio, Daniel Jablonski
Barra Funda, São Paulo, SP
Julho, 2021
Registro fotográfico da obra Nota de repúdio, de Daniel Jablonski, com 240 folhas impressas em preto e branco na exposição Dizer Não, realizada no Ateliê 397.


A obra apresenta uma compilação de notas de repúdio contra o presidente Jair Messias Bolsonaro, produzidas entre 2018 e 2021, tanto pela sociedade civil como por políticos de outras orientações ideológicas. Resultado da crise da democracia representativa instaurada no Brasil, estas notas se tornaram onipresentes, e marcam a uma só vez o descontentamento com o governo e a impotência coletiva face a ações concretas.

Sobreposta às folhas de papel está a reconstituição caligráfica em grande formato de um cartaz de protesto que o filósofo Baruch de Spinoza teria realizado em 1672, contendo apenas: "ultimi barbarorum". Quando os dignitários da República da Holanda foram depostos, resultando na sua prisão, assassinato e linchamento público (com relatos de canibalismo), o filósofo racionalista decidiu expressar a sua indignação. Seu plano era afixá-lo próximo ao local do crime, possivelmente frente a uma igreja, de modo a sublinhar a responsabilidade da monarquia e do clero no golpe de estado. Para o filósofo, enquanto a massa seria certamente "bárbara", os mandantes seriam "os mais bárbaros dos bárbaros".

Contudo, sua ação foi frustrada pelo senhorio da casa onde vivia, que o trancou à chave em um quarto, temendo que fosse também brutalmente assassinado.

Nota de repúdio, 2021
fonte: danieljablonski.org


registro fotográfico
Cruzeiro do Sul 27.04.18, Flora Leite
Barra Funda, São Paulo, SP
Julho, 2021
Registro fotográfico da obra Cruzeiro do Sul 27.04.18, de Flora Leite, na exposição Dizer Não, realizada no Ateliê 397.


A ação consistiu em soltar os 5 fogos referentes às estrelas da constelação na noite de sexta-feira, 27/04/2018, às 21h. A data se refere ao dia em que Mestre João, cientista da embarcação de Pedro Álvares Cabral, descreveu o Cruzeiro do Sul pela primeira vez.

Cruzeiro do Sul 27.04.18, 2021
fonte: Flora Leite



registro fotográfico
de terra, pedra e palavra, Erica Ferrari
Espaço Cultural Porto Seguro, São Paulo, SP
Janeiro, 2019
Registro fotográfico de terra, pedra e palavra, de Erica Ferrari, na exposição coletiva Novas efervescências, realizada no Espaço Cultural Porto Seguro.


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são paulo - 2019

No projeto "De terra, pedra e palavra" questões relativas à construção, destruição, display, exposição e ressignificação de um local histórico são exploradas através da realização de uma série de obras em diferentes suportes. A série reflete os resultados de pesquisa e investigação plástica a partir de coleta de registros históricos, incluindo vestígios materiais, matérias de jornal e postagens virtuais das redes sociais e de informação acerca de um local escolhido – o Pátio do Colégio em São Paulo. Símbolo primordial da cidade, suas particularidades de construção, uso e simbologia elucidam o processo de desenvolvimento local. Nesse espaço de uso público, o primeiro largo da então vila, confluem religiosidade, opressão, descaso, patrimônio e memória.


de terra, pedra e palavra, 2019
fonte: ericaferrari.com


ensaio fotográfico
Rita Vidal’s Art Objects. Fabricating Traces
Pivô, São Paulo, SP
Fevereiro, 2018
Este ensaio visual, feito por Douglas Garcia a convite de Rita Vidal no espaço Pivô, aponta para relações criadas pelo trabalho da artista na apreensão e manipulação do espaço, por meio de elementos como feltro de lã, placas de vidro e materiais cotidianos do ateliê.


A percepção da forma em si se metamorfoseia na manipulação que Rita Vidal faz da luz. A qualidade arquitetônica de seus objetos pede ao espectador que veja um espaço se transformando, ou se revelando, sob sua operação.

Em suas mais recentes aplicações de feltro entre pranchas de vidro, a artista criou e rejeitou correspondências através de seu domínio da luz refletida. Às vezes, cantos escuros dentro do espaço podem projetar obras em série, incorporando elementos estruturais com um novo ritmo. Mas essa pesquisa do olhar do espectador também inevitavelmente não se conclui. Outros trabalhos de Rita Vidal, como suas telas em gramaturas de diferentes algodões, podem se tornar impenetráveis à luz e ao controle do espectador. Seus objetos parecem teorizar sobre como qualquer entendimento real é uma inter-relação transitória, destinada a passar. (…)

Os trabalhos de Rita Vidal são evidências forenses a espera de novas investigações. Nesse caso, o crime é o desejo da artista de novamente fabricar marcas fugazes de um espaço material que passa através da luz, através da memória, através do tempo.


Giulia Damiani
Rita Vidal’s Art Objects.
Fabricating Traces.
tradução, Alexandre Barbosa de Souza
fonte: pivo.org.br/blog/rita-vidal/


registro fotográfico
Goteira, Estela Sokol
Sesc 24 de Maio, São Paulo, SP
Agosto, 2017
O registro fotográfico partiu da observação sobre a obra Goteira, da artista Estela Sokol, e o espaço arquitetônico que o abriga. O trabalho é composto por mais de 40 peças de materiais como aço, mármore, carrara, ônix, resina e arenito, ocupando de maneira permanente o espaço da área administrativa na unidade do Sesc 24 de Maio.