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Solo, Daniel Jablonski
Ateliê 397/Galpão Cru, São Paulo, SP
Abril, 2022
Registro fotográfico da performance Solo, de Daniel Jablonski. Partituras projetadas em vídeo maepado, bateria, piano, 02 caixas de som (aprox 1h por instrumento), realizada no Ateliê 397 e Galpão Cru. Músicos convidados Rafael Heiss & Chicão.


Solo é uma obra que trata do processo de aprendizagem na música, mais especificamente na tradição do jazz. A ideia é dar a ver ao público o que está por trás de todos os momentos de improvisação livre no palco: a saber, uma rotina de prática solitária, repetitiva, não-criativa e muitas vezes frustrante dos músicos. Prática esta que passa, com frequência, pelo estudo meticuloso de solos de jazzistas do passado.

Um por vez, músicos profissionais de jazz são convidados a reproduzir temas cujos solos tenham se tornado icónicos em seus respectivos instrumentos. Sem conhecimento prévio das faixas, eles contam se baseiam unicamente na leitura da partitura, projetada em grande formato e sincronizada com a gravação original, que é transmitida através de caixas de som. O exercício é repetido tantas vezes quantas forem necessárias para que as notas tocadas ao vivo coincidam com as ouvidas pelo público na gravação. Quando o presente e o passado começam a fundir-se, e a gravação e a execução ao vivo se sobrepõem, a peça termina.

O seu título, Solo, evoca tanto a solidão do músico fora do palco como o caráter contra-intuitivo do ato que é reconstituir fielmente no presente o que antes foi pura improvisação.


fonte: danieljablonski.org
Solo, 2022



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Nota de repúdio, Daniel Jablonski
Barra Funda, São Paulo, SP
Julho, 2021
Registro fotográfico da obra Nota de repúdio, de Daniel Jablonski, com 240 folhas impressas em preto e branco na exposição Dizer Não, realizada no Ateliê 397.


A obra apresenta uma compilação de notas de repúdio contra o presidente Jair Messias Bolsonaro, produzidas entre 2018 e 2021, tanto pela sociedade civil como por políticos de outras orientações ideológicas. Resultado da crise da democracia representativa instaurada no Brasil, estas notas se tornaram onipresentes, e marcam a uma só vez o descontentamento com o governo e a impotência coletiva face a ações concretas.

Sobreposta às folhas de papel está a reconstituição caligráfica em grande formato de um cartaz de protesto que o filósofo Baruch de Spinoza teria realizado em 1672, contendo apenas: "ultimi barbarorum". Quando os dignitários da República da Holanda foram depostos, resultando na sua prisão, assassinato e linchamento público (com relatos de canibalismo), o filósofo racionalista decidiu expressar a sua indignação. Seu plano era afixá-lo próximo ao local do crime, possivelmente frente a uma igreja, de modo a sublinhar a responsabilidade da monarquia e do clero no golpe de estado. Para o filósofo, enquanto a massa seria certamente "bárbara", os mandantes seriam "os mais bárbaros dos bárbaros".

Contudo, sua ação foi frustrada pelo senhorio da casa onde vivia, que o trancou à chave em um quarto, temendo que fosse também brutalmente assassinado.


fonte: danieljablonski.org
Nota de repúdio, 2021


registro fotográfico
Cruzeiro do Sul 27.04.18, Flora Leite
Barra Funda, São Paulo, SP
Julho, 2021
Registro fotográfico da obra Cruzeiro do Sul 27.04.18, de Flora Leite, na exposição Dizer Não, realizada no Ateliê 397.


A ação consistiu em soltar os 5 fogos referentes às estrelas da constelação na noite de sexta-feira, 27/04/2018, às 21h. A data se refere ao dia em que Mestre João, cientista da embarcação de Pedro Álvares Cabral, descreveu o Cruzeiro do Sul pela primeira vez.


fonte: Flora Leite
Cruzeiro do Sul 27.04.18, 2021


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de terra, pedra e palavra, Erica Ferrari
Espaço Cultural Porto Seguro, São Paulo, SP
Janeiro, 2019
Registro fotográfico de terra, pedra e palavra, de Erica Ferrari, na exposição coletiva Novas efervescências, realizada no Espaço Cultural Porto Seguro.


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No projeto "De terra, pedra e palavra" questões relativas à construção, destruição, display, exposição e ressignificação de um local histórico são exploradas através da realização de uma série de obras em diferentes suportes. A série reflete os resultados de pesquisa e investigação plástica a partir de coleta de registros históricos, incluindo vestígios materiais, matérias de jornal e postagens virtuais das redes sociais e de informação acerca de um local escolhido – o Pátio do Colégio em São Paulo. Símbolo primordial da cidade, suas particularidades de construção, uso e simbologia elucidam o processo de desenvolvimento local. Nesse espaço de uso público, o primeiro largo da então vila, confluem religiosidade, opressão, descaso, patrimônio e memória.


fonte: ericaferrari.com
de terra, pedra e palavra, 2019



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Pulsa Significante, Antonio Sobral
Espaço Saracura, Rio de Janeiro, RJ
Julho, 2018
Registro fotográfico da exposição pulsa, significante do artista Antonio Sobral, realizada no Espaço Saracura.